quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

3 - Dias ocupados

Pois é, estes 2 dias, (3ª e 4ªfeira), foram bastante ocupados...de modo que nem consegui escrever no blog. Mas, visto que já não dava notícias desde 2ª feira, senti-me na obrigação de contar as últimas novidades...

Ontem, 3ªfeira, acordei bem cedo, (8h da manhã, o que em tempos seria madrugada para mim!), e fui dar uma volta a pé pela cidade, seguindo junto à costa em direcção a Sul.
Atravessei todo o bairro do Rio Vermelho, até chegar à Praia da Paciência. Aí, não resisti a um mergulho no mar! Não leiam esta parte, vocês que estão aí no frio: com mais de 30ºC, nada sabe melhor do que um mergulho num mar clarinho!
Continuei, passando pelo bairro de Ondina. É um bairro semi-nobre, com muito hóteis de qualidade e trânsito rápido mas intenso. Por ter tantos hóteis junto à costa, alguns deles com acesso privado à praia, há sitios em que, do passeio, não se consegue ver o mar.
Depois de Ondina, vem a Barra, o local mais procurado pelos turistas para banhos. Subi ao monte com a estátua de Cristo, de onde se obtém uma bela vista sobre a Barra e sobre a zona costeira a norte. Desci e passei na Praia do Farol da Barra, com bastantes crianças a jogar à bola, alguns surfistas (tentando apanhar ondas num mar bastante calmo), e uns quantos turistas. Cheguei depois ao Farol e ao Forte da Barra, dois chamarizes da zona. Aí, os vendedores ambulantes, pedintes e negociantes de todo o tipo abundam, tentando ganhar o seu dinheiro à conta dos numerosos turistas que visitam o local. Como esse não é o tipo de local que me atrai, passei sem parar. Cheguei por fim à Praia do Porto da Barra, com cerca de 200metros de extensão, um areal que não tem mais de 20metros e completamente apinhada , sobretudo por turistas. Dei a volta e apanhei o autocarro (será que algum dia me vou habituar a dizer "ônibus"?) de regresso a Rio Vermelho.
Esta primeira viagem de autocarro, revelou-se conclusiva em relação a alguns aspectos: a maioria dos autocarros no Brasil têm constantemente 2funcionários, o condutor e o cobrador, que se senta na traseira do mesmo, e só deixa entrar quem pagar bilhete; as pessoas que usam o autocarro, são sobretudo pessoas de classe média/média-baixa, que não têm meios suficientes para circular com o carro, mas que têm algum para pagar os bilhetes de autocarro; em alguns horários, o autocarro pode demorar meia-hora a fazer 1 km. Devido a esta última conclusão, abandonei o autocarro a meio do trajecto. Saí na Praia da Paciência e andei os cerca de 2 km restantes até ao hotel, em cerca de 15minutos...estou certo de que cheguei primeiro!
Antes de subir ao quarto, saí de novo para ir almoçar: comi um puré de batata com um "espetinho" (espetada) e bebi uma água, por cerca de 15 reais.
Subi ao quarto, troquei de roupa e fui ter com a Srª Adriana, do Departamento Organizacional. Aí, discutimos aspectos relacionados com o estágio e, seguidamente, recebi uma formação por via informática, tendo no final desenvolvido algumas tarefas. (Nomeadamente a elaboração de propostas de inovação para o departamento da Recepção).
Saí por volta das 19h30, fui buscar uns salgados e um sumo para o jantar, (que não chegaram sequer ao hotel, pois comi tudo pelo caminho), e regressei.
Estive um pouco no lobby do hotel, e subi para ver o mail, tomar um banho e dormir.

Hoje, 4ª feira, voltei a acordar cedo...de novo por volta das 8h. E, mais uma vez, fui dar um giro de 2h a pé. Desta vez na direcção oposta...
Saí do hotel por volta das 8h30 e dirigi-me para norte. Passei por Amarelina, um bairro antigo e degradado, que ainda por cima tem por vizinhança o bairro de Amarelina Nordeste, que é basicamente uma favela. Não ha muito mais a dizer acerca deste bairro.
Segue-se Pituba. Pese embora toda a estranheza que possa causar, pela proximidade, é exactamente o oposto. É um bairro de classe média-alta, ou mesmo alta, com prédios que chegam a ter 30-40 andares, novos, modernos e muito bem cuidados...ao estilo "cidade americana do seculo XXI". Se fosse mais próximo do centro, das zonas boémias e dos hotéis Pestana, seria certamente o meu bairro de eleição para viver. Isto apesar de a praia nesta zona não ser especialmente bonita...
Andei mais um pouco, passando pelo Jardim dos Namorados (onde bebi uma água de côco gelado optima, por 1 real) e chegando aos Jardim de Allah. A essa altura já eram quase 11h, e eu tinha que regressar ao hotel. Demasiado tarde para vir a pé, apanhei um taxi.
25 reais e uma interessante conversa com o Sr.Francisco (taxista) depois, cheguei ao Pestana Bahia. Tendo conversado com a Srª Adriana, informei-a de que não poderia continuar ali alojado, pois mesmo com a tarifa especial para colaborador, estava a gastar 180reais por noite! Assim, fiz as malas e mudei-me para o Hotel Ibis, que se situa na mesma rua, a 100metros de distância, e onde o preço desce para uns "caros mas não tanto" 109 reais.
Subi só para deixar as malas e voltei a descer, apanhando um taxi e gastando mais 25reais, até ao Pestana Convento do Carmo, onde iria trabalhar. Pelo caminho, fui à conversa com Jean, que me falou do seu Sport Bahia, do jogo de hoje à noite, e do grande dérbi da cidade Ba-Vi (Bahia-Vitória), que se disputa no domingo. Reparei ainda num placar que indicava a temperatura: 34ºC.
Chegado ao Convento do Carmo, conheci grande parte do pessoal, bem como o hotel, que me foi apresentado pela própria gerente. O hotel é simplesmente surreal. Um ambiente de filme, com tudo cuidado e pensado ao pormenor, uma piscina que durante a noite é uma fonte com repuxo, quartos loft com 2 andares, árvores com pássaros no meio dos claustros, havaianas castanhas (a condizer com os móveis) em cada armário de cada quarto, tapetes de arraiolos no chão, quadros antigos nas paredes dos quartos, mobiliário de época, spa, ...incrivel.
Depois desta visita, fiquei de regressar amanhã. Saí com o João, um estagiário da edição anterior do INOV Contacto que esteve uns meses em São Paulo e veio fazer o último mês aqui.
Saímos do hotel, entrámos no Pelourinho. Qual deles o mais surreal?!
O Pelourinho é a zona histórica de Salvador, construída pelos Portugueses há séculos atrás. Conseguem imaginar uma cidade frenética como Salvador, composta sobretudo por casario pobre e prédios ricos, em que o centro histórico se assemelha a uma qualquer vila histórica de Portugal, com casas baixas, estradas em paralelo, com subidas e descidas por ruas estreitas, mas em que as casas são coloridas com as cores mais berrantes, em vez de brancas? É assim o Pelourinho.
Mais abaixo apanhei o autocarro para o Rio Vermelho. Não voltar de taxi foi uma boa ideia. Passei por todo o centro histórico, vendo ruas com uns 2km de extensão, em que se tornava dificil de saber se haveria mais pessoas a circular ou mais lojas de produtos regionais. Numa palavra, esta zona tem "vida"! É incrivel o colorido que as camisolas, as havaianas, as toalhas, os quadros, os fios, aneis e pulseiras, as frutas, os painéis dos mini-restaurantes, os chapéus, as saias, os doces, ..., emprestam às ruas. Os 1001 cheiros que se sente ao passar, numa brisa fresca que entra pela janela do autocarro, tão passageira quanto o tempo que o autocarro consegue andar sem parar numa fila, num semáforo, numa passadeira... Ir ao Pelourinho é uma experiência por si só.
Chegado a Rio Vermelho, após meia-hora de autocarro, fui ao quarto vestir roupa mais apropriada. Nao, não fui deixar a roupa simples pra vestir uma roupa mais sofisticada para a noite. Aqui funciona ao contrário! Vim deixar o fato, para vestir uns calções e uma t-shirt e calçar as havaianas.
De seguida, fui comprar uns salgados. Com a pressa para ir para o Convento do Carmo, tinha-me "esquecido" de almoçar! Comprei os salgados e comi metade pelo caminho até à praia. A outra metade comi-a deitado na areia, a olhar para o mar e a pensar no que fazer a seguir. Decidi ir procurar apartamentos.
Talvez o espirito da cidade já esteja a mexer comigo, pois o que fiz de seguida provavelmente não teria feito há algum tempo atras: corri a zona, passando por todos os prédios que me agradavam, indo falar directamente com os porteiros, para saber se haveria algum apartamento para alugar.
"Se tivesse vindo há 2semanas, havia um livre; agora ja foi alugado!", "Oh rapai, esta época não é boa não...sê vai pagar uns 3 miu reais por uma semana só!", "Tem não.", "Depois que passá o Carnavau"...Foi dificil!
No meio desta procura infrutífera, houve um prédio que no entanto tinha 2 apartamentos para alugar. O preço não era atractivo (1400reais por mês!), mas as características não podiam ser mais apelativas: a 500m do Pestana Bahia, a 100m da zona dos bares e restaurantes e da estrada principal, em frente à praia e numa área segura e sossegada. Com porteiro 24h, sauna, piscina e mobilia. Problema: só tem um quarto, e a sala é minuscula. No fundo, é aquilo a que chamamos "studio". Ou seja, não daria para vos receber, caso me queiram visitar!
Continuei para mais uma ronda, agora numa zona à esquerda do hotel, mas os resultados não foram muito diferentes. Mais uns 10 prédios, e desta vez nem um apartamento para amostra. Serviu para ficar a saber onde fica o do irmão da Ivete Sangalo...que não foi alugado por mim porque cheguei atrasado duas semanas!
Regressei depois à rua do hotel, fui à internet no Pestana (porque a minha senha ainda era válida até às 22h), e voltei para o Ibis. Depois de um banho, jantei um bife à parmigiana com arroz e feijão, fui comer um gelado, e voltei para o quarto, onde escrevo agora.

Amanhã trabalho às 10h no Convento do Carmo. Vamos ver se é o 1º e último dia de trabalho lá, ou se é o 1º de muitos! (Durante o dia de amanha ficarei a saber se vou estagiar no Convento do Carmo, como estava inicialmente previsto, ou no Pestana Bahia, como se chegou à conclusão que poderia ser mais vantajoso.)
Como já devem ter reparado, ainda não coloquei fotos da cidade...e ainda não é agora que o vou fazer. De facto tenho optado por andar sem valores nesta fase, para conhecer e explorar a cidade mais à vontade. No entanto, prometo que daqui a alguns dias acrescento algumas fotos da cidade a este post, e a outros que irei criando. Para já, deixo-vos com a minha nova vista, correspondente ao meu novo quarto.
Boa noite e...
...até já!

Foto 3.1 - Vista do quarto do Hotel Ibis, à esquerda

Foto 3.2 - Vista do quarto do Hotel Ibis, em frente

Foto 3.3 - Vista do quarto do Hotel Ibis, à direita

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  3. oh my "dog"! Estou muito feliz por ti... :)

    Nem há palavras para comentar os teus posts. Quero dizer não há palavras mais ou menos porque até há, mas incluem alguns nomes assim um pouco fortes demais para te chamar publicamente...

    Aproveita, tu mereces!

    Grande Abraço

    ResponderEliminar